Ricardo Nogueira Martins, Geógrafo, mestre em Geografia – Planeamento e Gestão do Território e pós-graduado em Políticas Comunitárias e Cooperação Territorial pela Universidade do Minho, 8 anos de experiência profissional, investigador e técnico de geografia no Laboratório da Paisagem.
Enquanto Mestre SAGAZ, o seu exemplo é muito importante para os jovens. Neste sentido, que sugestões terá para alguém que queira seguir o seu caminho?
Não me vejo como um exemplo passível de ser replicado de seguirem o meu caminho, mas sim alguém disposto a partilhar as suas forças, as oportunidades e as suas fraquezas. Portanto é sempre mais a partilha do “meu” exemplo. Aos aprendizes eu nunca digo, “olhem para mim sou um exemplo daqueles”, pelo contrário, conto a minha experiência, onde falhei e onde (creio que) vinguei e pergunto se lhes faz sentido, se retiram algo de útil.
Acima de tudo, existe uma obrigação fundamental que tento transmitir dentro dos constrangimentos sociais e geográficos de cada estudante: o de cumprir o ensino obrigatório com o máximo de sucesso possível acompanhado da possibilidade de fazerem tudo o resto a que têm direito. De igual peso e medida, o conhecimento por via da educação, da leitura e da inata curiosidade por aquilo que nos rodeia é a maior arma que dispõem para fazerem escolhas futuras e exercerem os seus direitos de cidadania. Transversal a qualquer área é o dever de arriscar muito e abraçar as oportunidades daí obtidas.
Enquanto pessoa e profissional, de que forma é que este projeto e os jovens que tem vindo a acompanhar enriquecem o seu perfil?
Tenho assumido uma atitude altruísta para com o Flávio Pinto e o David Marinho da Escola Secundária de Felgueiras, em torno de alguns conselhos, tarefas de reflexão e tarefas práticas, bem como ao proporcionar visitas e contactos com casos de sucesso temáticos e de inserção profissional nas áreas que me informaram ter interesse.
Por sua vez, o Flávio e o David, enriquecem-me porque me permitem fazer uma reflexão pessoal sobre onde errei e os porquês, ao mesmo tempo que torço por eles e acredito nas conquistas pessoais e profissionais que farão no presente e futuro.
Em que medida sente que o seu acompanhamento tem sido importante nas decisões e esclarecimento de dúvidas que os aprendizes vão tendo ao longo do seu percurso académico e profissional?
Da minha parte coloco-me à inteira disposição para ajudar no que for necessário e rotineiramente falamos via Whatsapp, para combinar algumas tarefas e ações de empreendedorismo interpessoal. Quero acreditar que, provavelmente, por saberem que têm alguém disposto a partilhar o bom e o mau do seu percurso, os sossega e entusiasma.
Já que hoje falamos de futuro, na sua opinião o SAGAZ deve continuar? Como vê o SAGAZ no futuro?
No futuro deverá ser um programa intensamente replicado noutros concelhos ou mesmo um assumido à escala das Comunidades Intermunicipais. Acredito muito no perfil do programa SAGAZ uma vez que não é restrito a jovens que querem obter uma formação de ensino superior, sendo desta feita inclusivo.